ELEMENTOS DO PROJETO GRÁFICO
Elementos do Projeto Gráfico 51 O centro visual de todo impresso ou de uma tela é o layout, onde e como os recursos, controles e conteúdo estão dispostos. O layout fornece a estrutura para esses elementos. Também fornece a hierarquia, salientando para os usuários o que é importante ou não. Para entender melhor o layout, é preciso entender os elementos que o compõem (SAFFER, 2007, p.120). 2.1 Sistema de Grid Um sistema de grid é uma ferramenta que ajuda designers a padronizar a informação de maneira coerente. Começa-se dividindo a tela ou o papel em algumas partes básicas. O grid é a sugestão de uma linha guia do projeto. Eles não formam áreas rígidas, pois, se necessário, elementos são sobrepostos - como imagens - ou blocos maiores de informação são criados. O grid ajuda a visualização da hierarquia das informações dispostas, além de manter o ritmo e fluxo dos elementos - na tela e no papel52. Timothy Samara, autor do livro Grid: Construção e Desconstrução define: Um grid consiste num conjunto específico de relações de alinhamento que funcionam como guias para a distribuição dos elementos num formato. Todo grid possui as mesmas partes básicas, por mais complexo que seja. Cada parte desempenha uma função específica; as partes podem ser combinadas segundo a necessidade, ou omitidas da estrutura geral a critério do designer, conforme elas atendam o não às exigências informativas do conteúdo (SAMARA, 2007, p.24). As partes básicas são margens, guias horizontais, zonas espaciais, marcadores, módulos, colunas e calhas (figura 35). Margens são “os espaços negativos entre o limite do formato e o conteúdo que cercam e definem a área viva onde ficarão os tipos e as imagens”. As proporções da margem ajudam a estabelecer a dinâmica entre os elementos da composição, além de serem usadas para orientar o foco visual, repousar os olhos ou ser usada como uma área para inserção de informações secundárias. Guias horizontais ou flowlines são “os alinhamentos que quebram o espaço em faixas horizontais”, ajudam a orientar os olhos e são usadas para criar diferentes inícios ou pausas para textos e imagens. Zonas espaciais são “grupos de módulos que, juntos, formam campos distintos” cada campo pode receber uma função específica ao apresentar a informação; por exemplo, pode-se reservar um campo para imagens e outro para textos, cada um pode ter diferentes formatos dentro do grid. Marcadores são “indicadores de localização para textos secundários ou constantes, como cabeçalhos, nome de seções, fólios, ou qualquer outro elemento que ocupe sempre a mesma posição em qualquer página”. Módulos são “unidades individuais de espaços separadas por intervalos regulares que, repetidas no formato da página, criam colunas e faixas horizontais”. Colunas são “alinhamentos verticais que criam divisões horizontais entre as margens. A quantidade de colunas é indeterminada; às vezes têm a mesma largura, às vezes têm larguras diferentes, correspondendo a informações específicas”53. Calhas ou gutters são “os espaços em branco que separam as linhas e colunas” (SAFFER, 2007, p.123, tradução nossa).
Existem diferentes tipos de grids (figura 36), como o grid retangular que possui uma
estrutura mais simples é geralmente usado para acomodar textos longos e corridos, o grid
de colunas que costuma beneficiar a informação descontínua, pois “as colunas podem ser
dependentes umas das outras no texto corrido, independentes para pequenos blocos de texto
ou somadas para formar colunas mais largas”, o grid modular é geralmente utilizado em
projetos muito complexos, como o de um jornal, os módulos proporcionam maior controle da
informação e o grid hierárquico que se adapta às exigências do projeto, esse tipo de grid, seja
em livros, cartazes ou páginas de internet, “é uma abordagem quase orgânica dos elementos
e da informação que ainda unifica arquitetonicamente todas as partes do espaço tipográfico”
Saffer demonstra que vários grids se tornaram padrão no design de interfaces, como os
vistos em layouts de diferentes aplicativos, como o Microsoft PowerPoint e o iTunes da Apple
(figura 37), o painel da esquerda é fino e há uma grande janela central, junto com linhas e botões
acima e abaixo dessa janela. Existe também exemplo usado pelos usuários de e-mails e leitores
de RSS. Outro exemplo é o comum grid de três colunas para web sites. Saffer mostra que alguns
aplicativos que parecem ter a disposição livre, como o Internet Explorer e as telas simples de
telefones celulares, costumam possuir grids simples (figura 37) (SAFFER, 2007, p.124 a 126).
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